Hoje, a solidão me visitou. É como se estivesse sentada no canto da cama, olhando para mim enquanto tento me distrair escrevendo, como estou fazendo agora. Consigo sentir os olhos dela focados em mim, mesmo que eu não a encare diretamente; eu sinto isso. Tento procurar alguém para conversar, mas a verdade é que, mesmo que me distraia conversando com alguém, sei o que preciso, e nenhuma distração funcionaria. Gostaria de estar perto de quem amo, pois, para mim, é isso que dá sentido à vida. No entanto, todos que amo estão longe. Tão longe. São distâncias físicas, emocionais, culturais. Eles estão cuidando de suas vidas, fazendo o que escolheram, com quem amam. Encontraram outras pessoas que os amam, e isso me deixa feliz. Eu sei que eles também me amam, mas escolhas nos levam a lugares diferentes. As minhas me trouxeram para a Alemanha. Pensar em quem amo me traz saudade, mas também medo. Medo de não saber quando os verei de novo. Medo de não saber quando será a última vez que os verei....
No dia que nascemos, vem junto o amor E distraídos pela vida enquanto o tempo passa, ela ensina Que existe amor, que existe medo, um torna o outro pequeno E a ganância do cotidiano, conduz a um vazio interno, seguro Matando-nos por dentro, quem vive por só fora Também conheço essa vontade de ir embora, nem para cá, nem para lá Onde reina a ilusão, talvez apenas vontade de ir para longe Mas eu chamo-o para dentro Dentro, onde a paz faz moradia Dentro, onde não existe covardia Dentro de si, dentro de mim Venha, não deixa o vazio nos calar, a aparência vencer Venha para dentro, onde aceito-o inteiro Onde só existe amor