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Hoje, a solidão me visitou. É como se estivesse sentada no canto da cama, olhando para mim enquanto tento me distrair escrevendo, como estou fazendo agora. Consigo sentir os olhos dela focados em mim, mesmo que eu não a encare diretamente; eu sinto isso. Tento procurar alguém para conversar, mas a verdade é que, mesmo que me distraia conversando com alguém, sei o que preciso, e nenhuma distração funcionaria. Gostaria de estar perto de quem amo, pois, para mim, é isso que dá sentido à vida. No entanto, todos que amo estão longe. Tão longe. São distâncias físicas, emocionais, culturais. Eles estão cuidando de suas vidas, fazendo o que escolheram, com quem amam. Encontraram outras pessoas que os amam, e isso me deixa feliz. Eu sei que eles também me amam, mas escolhas nos levam a lugares diferentes. As minhas me trouxeram para a Alemanha. Pensar em quem amo me traz saudade, mas também medo. Medo de não saber quando os verei de novo. Medo de não saber quando será a última vez que os verei.

Soneto de Realidade

No dia que nascemos, vem junto o amor E distraídos pela vida enquanto o tempo passa, ela ensina Que existe amor, que existe medo, um torna o outro pequeno E a ganância do cotidiano, conduz a um vazio interno, seguro   Matando-nos por dentro, quem vive por só fora Também conheço essa vontade de ir embora, nem para cá, nem para lá  Onde reina a ilusão, talvez apenas vontade de ir para longe Mas eu chamo-o para dentro   Dentro, onde a paz faz moradia Dentro, onde não existe covardia Dentro de si, dentro de mim   Venha, não deixa o vazio nos calar, a aparência vencer Venha para dentro, onde aceito-o inteiro Onde só existe amor              

mas, SINTO

Saudade, faz parte. Não mata, invade. Vontade, não falta. Carência é maldade. Eu, controlo, mas sinto .

(meu menino dos olhos)

Parece que as pessoas passam a vida inteira procurando alguém. Alguém com quem se dê bem na cama. Alguém que decore qual seu drink favorito. Alguém que saiba a quantidade de sal da sua comida. Não é quem você encontra. E sim o que você encontra em quem. Sempre haverá uma parte sua no jeito, no cheiro, no sabor de cada corpo, em cada alma. Existem infinitos detalhes seus em outros jeitos de ser. As pessoas não se pertencem, mas se necessitam. Isso faz parte do ciclo da aprendizagem, mas não do ciclo do aprisionamento. É uma forma livre e de apenas sentir, sem a necessidade de ter. Sendo nada eterno, não há motivos para querer para sempre algo. A vida flui, os amores mudam, o cabelo cresce ou também pode cair. Existem pessoas que tem medo quando a vida muda muito. Eu tenho muito medo quando a minha não muda nada. É como se a humanidade buscasse na estabilidade uma fuga irreal onde a fantasia do "assim seja" supera a intensidade da surpresa e da dinâmica que toda energia vi

a.m

Realmente acredito que certos aprendizados são adquiridos com a idade. Há certos pensamentos que só ocorrem na hora certa, devido ao momento certo. Digo isso porque me vejo hoje, tão diferente de pouco tempo atrás, há quem diga que estou completamente mudada. Já andei muito em círculos antes de escolher meu atual caminho. Devo confessar que tenho tendências a ir sempre pelas estradas mais difíceis, mas é só porque tudo que é muito bom e fácil demais, parece que não terá mais valor com pouco tempo. Sou tranquila, desligada, dura as vezes e sensível sempre. Entretanto, sou composta de boas intenções. Para agradar os que me cercam, muitas vezes, esvaziei minha mente, ou meu coração, somente para acompanhar os hábitos, as conversas, os atos. Infelizmente, com isso, deixava de lado, muito da minha essência e não me valia de nada. MUDEI. Ainda assim, sempre há pessoas que me interpretam mal, veêm minha boa vontade como fraqueza e minha inocência como carência. Bobagem, não sou constante e m

sempre, não do mesmo jeito.

Um dia você acorda e está tudo lá, junto com ela. Estão os chinelos ao lado da cama o esperando para serem calçados. Está a pia com a escova de dentes, o vaso, o chuveiro. A toalha, o silêncio da manhã e o cheiro do corpo quente. Está o claro do sol atrás da cortina e as marcas da experiência no rosto. O brilho dos olhos também, embora tenha mudado ao longo dos anos, mas nada notável nos últimos instantes, por que ela, o distrai. O café da manhã rápido e o som das primeiras manifestações humanas na rua. O macio do banco do carro, a rádio sintonizada a algum tempo... Talvez tempo o bastante para você não lembrar quando foi a última vez que mudou de estação. O mesmo caminho até a empresa, o caminho seguro e confiável. Esse caminho o leva a razão de até então: o emprego estável. A entrada da empresa, os desvios dos passos até sua mesa, o aparelho telefônico em frente, que está ficando ultrapassado pelo tempo e os novos modelos. O cheiro do café forte rondando sua sala de trabalho e

Pequena ODE ao amor

É... Tem gente que diz que o amor é a coisa mais linda que existe Eu, para ser bem sincera, acredito, sim em amor. Longe de mim duvidar. Mas não nesse amor que me parece que as pessoas estão sempre procurando. Não sei se tenho a alma mais moderna, não sei bem explicar por que, mas acredito em outro amor, um amor do século 21. Um amor mais amplo, geral e irrestrito. Mais comunitário, menos possessivo. Eu acredito na amizade, no tempero. Na diversão, no companheirismo e cumplicidade. Quanto mais o mundo muda, mais o amor vai se reinventando como um sentimento bem diferente de tudo que já se viu. Vejo um amor livre - não dos anos 60 e 70, quando todo mundo transava com todo mundo. Um amor de alma livre, sem amarras, sem prisões. Um amor descompromissado e leal, que existe pelo simples fato de as pessoas se gostarem, de ter prazer em estar juntas. Para mim, o amor do século 21 tem muito mais a ver com amizade do que com aquele velho amor: um laço forte de verdade.Real, sem fantasias demai