Desabafo atual, não moderno

Nós passamos tanto tempo nos conectando com mundo, com os outros, com o aumento do valor do tomate, o lançamento de um celular, a morte desse, casamento daquele que esquecemos de voltar à atenção para nosso interior. Do que realmente precisamos, o que rejeitamos, perdendo a capacidade de identificar verdadeiramente alegrias e tristezas. Algumas pessoas conseguem decorar todas as constelações da galaxia mas não são capazes de reconhecer um motivo simples que as façam sorrir e realizar tão simples vontade.
Eu tenho medo de gente normal.
Tenho medo que as pessoas se percam fora de si, medo que elas não consigam voltar para dentro. Um medo terrível, que o bom senso perca para a necessidade de regras para ser feliz, como ser magro, bonito, inteligente, ter um iPhone 5, falar 47 línguas e ter no mínimo 5 dígitos na conta bancária. Longe de mim não desejar isso, mas desejo apenas que seja de coração. Desejo que o seu desejo mais simples seja tão intenso como o benefício do oxigênio gratuito. Vejo tantos amigos dependentes de uma alegria falsa, os vejo perdidos em uma eterna sensação de "falta alguma coisa" e essa "coisa" nunca vem, nunca satisfaz, nunca.
Não sou a maluca que apoia que todos saiam correndo com um nariz de palhaço na rua, apenas tento intermediar a vontade com o ato, incentivo a coragem de se assumir intenso e humano, simples e real, como todo o bem que o grande mal da vida traz consigo. Perdi hoje, mais um amigo para o mundo. Por isso, só por isso, continuarei eternamente incentivando que todos busquem dentro de si, um lugar seguro, tranquilo e amável, que sempre esteve dentro de nós, porém, diante da bem estruturada vida globalizada, falta sensibilidade para sentir e assumir.
As vezes, o mundo gira. E volta para o mesmo lugar
O tal lugar seguro, tranquilo e amável
E as vezes, esse lugar ainda não está pronto para recebê-lo
E o mundo gira de novo
Gira para tão longe que não se pode ver, ou para tão perto, que se pode sentir.



(tudo que amo, está comigo para sempre)

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